dezembro 06, 2002

QUEM MATOU CHE GUEVARA

"Quem Matou Che Guevara" é o título do último livro que li, que por sinal demorei apenas dois dias para devorá-lo. É uma espécie de literatura jornalística ou um jornalismo investigativo. Como queiram. Mas o que importa é seu conteúdo, que trás à tona um fato a mais de 30 anos camuflado.
O livro de Saulo Gomes, um respeitável repórter investigativo brasileiro, conta, com a ajuda de depoimentos do General Gary Prado Salmón, militar que participou da captura de Che na Bolívia, em 1967, os últimos acontecimentos que culminaram com a prisão e morte do maior guerrilheiro de todos os tempos.
O General Gary Prado Salmón, que já foi embaixador da Bolívia no Reino Unido e México, resolveu dar seu depoimento sobre o assunto, pela primeira vez depois de publicar seu livro "La Guerilla Imolada", o qual não possui tradução em português.
A grande questão que pairava em dúvidas era a de quem, de fato, havia delatado Che quando este entrara na Bolívia, com o intuito de conquistar o povo campesino e instaurar um novo regime no país.
Mais tarde posto a história aqui.

dezembro 03, 2002

A TRISTE E FEIA HISTÓRIA DE UMA CRIANÇA MUITO FEIA!
Alcides era uma criança feia. Muito feia. Horripilante!
Quando nasceu, na maternidade municipal de Canguçu, interior do Rio Grande do Sul, a auxiliar de enfermagem, Dona Antônia, uma mulata forte e robusta, com os dentes amarelos e um óculos pendurado no nariz, deu um grito: "Puta que pariu! Mas é o capeta!!!".
Foi fitada com uma certa sensura pelos familiares da criança, mas recebeu um olhar de apoio do médico que sacudia o recém nacido pela cabeça, pensando que o segurava pelos pés.
Alcidinho nasceu magricelo, desdentado, cabeludo e com a barriguinha inchada. Mas isso não desanimou sua mãe, Giriá, parideira de dez filhos, que olhou para criança e logo viu uma semelhança com o marido, Jocemir.
Jocemir era auxiliar de obra. Pra falar a verdade, auxiliar do auxiliar do auxiliar. Ele não sabia fazer muita coisa. Só se saía bem em casa, na cama, emprenhando outra vez sua mulher.
Mas o pior estava por vir. Enquanto os familiares tomavam mate na porta do hospital, uma enfermeira entrou no quarto de Giriá e levou Alcidinho nos braços "para fazer o exame do pézinho", como lembra a mãe do garoto.
Desde então, Alcides nunca mais foi visto.
Tirei essas férias no meio do ano para vingar meu tio, o Jocemir. Ele faleceu atropelado por uma mula quando limpava as unhas com a chave da caixinha do correio. No seu leito de morte, tio Jocemir me olhou nos olhos e, com um brilho ternurante, me sussurrou: "Traga Alcides para sua tia Giriá. Sempre fui um bom pai, porém nunca consegui escrever uma carta e mandar ao Ratinho."
Essas palavras entraram em meu ouvido e se instalaram no meu cérebro como um pega-pega que gruda na barra da calça após uma corrida desesperada pelo capim alto. E desde então não sosseguei enquanto não encontrei titio Alcides.

Depois de um árduop serviço de investigação, muito suor escorrido pelo corpo e vários vales-transportes gastos, cheguei a uma bela casa, no centro de Addis Abeba, capital da Etiópia.
um mordomo com estilo europeu e pele branca veio me receber. Quando entrei na casa, me deparei com uma réplica do palácio de Versailles. A casa era riquíssima, ostentando em suas paredes inúmeras obras de autores famosos. Me identifiquei como repórter da revista Ricos & Famosos e esperei a dona da casa em um sofá de couro de zebra.
Logo uma senhora apareceu: vestido rosa pink, muito laquê no cabelo e jóias, muitas jóias. Ela falava com um sotaque francês, mas logo percebi que era falso. Malditos entupidores de pia!
Comecei a perguntar a ela sobre sua vida, seu marido e filhos. O esposo era dono de poços de petróleo na Arábia e o casal possuía apenas um filho! Nisso ouço passos vcindo em direção à sala, e logo meu coração começou a palpitar como uma xícara de café nas mãos de um portador de Mal de Parkinson.
Era ele! Os olhos e o sorriso eram da família. Era tio Alcides!
Saí correndo e o abrecei, mas titio não sabia o que fazer, pois não me reconhecia. então revelei minha verdadeira identidade e fiz sua seqüestradora, aquela bastarda, nos falar toda a verdade.
Ela havia roubado tio Alcides dos braços da mãe, Giriá. Alcides começou a juntar as peças de um enorme quebra-cabeças que apareceram em sua vida logo na infância. Depois de muita conversa, convenci titio a visitar sua família no Brasil. E aqui está a foto tirada na sala de desembarque.
Com todo orgulho, cumpri a promessa que fiz ao tio Jocemir: trouxe seu filho, Alcides, de volta!

ELE VOLTOU!
Pois bem! O nosso ilustríssimo chefe, o editor da bagaça aqui, Sr. Byrocai, está de volta. Pregamos por toda a cidade de Porto Alegre, em postes e em árvores, plaquetas de lata com os seguintes dizeres "BYROCAI BREVE VOLTARÁ", e a professia se confirmou.
Ele entrou na redação de mansinho, pensando que pegaria algum lacaio na gandaia. Mas nós o pegamos primeiro.
Veja aqui, o exato momento em que o Sr. Byrocai adentrava na redação.


Depois de uma viagem pela Etiópia, o nosso caro e magnífico editor chefe conheceu o seu tio que foi roubado na maternidade algumas horas depois do nascimento.
Leia logo acima essa triste história de uma criança feia que não conheceu sua horripilante família!