agosto 22, 2002

A BUNDA

Pelo fato de ser o que é, muitos não a dão o seu devido valor. A bunda absten-se da visão do futuro, vivendo apenas do passado. Tudo por ela, quando passa, já passou. E tudo passa, até mãos atrevidas que sismam em buliná-la quando bem encontrada.

Mas a bunda é linda. Eu gosto de bunda. Quando me perguntam qual é a primeira coisa que olho em uma mulher, respondo: depende, se estou abaixado em um ônibus lotado procurando uma moeda que caiu no chão e tenho que me segurar para não cair quando o motorista freia, são bundas. Muitas delas.

Bundas fizeram parte da infância de todos nós. Se lembram quando aquele colega que não gostávamos nos xingava de "cara-de-bunda"?
O que é um cara-de-bunda? Não faço a mínima idéia de alguém sem olhos, bochechas grandes e uma boca, no mínimo, muito estranha.

A minha proteção de tela que parece uma. Bem de perto. Na verdade é a foto de um eclipse solar.

E se o universo for uma grande bunda? E se o Sol for um grande, como diríamos, ânus seleste?
Tudo seria diferente: o modelo atômico teria pregas, o nome da estrada seria "Rota do C...", as cores do arco-íris seriam afetadas. Creio eu que até o tempo mudaria.

Mas infelizmente temos que nos contentar com a verdade. A realidade.

agosto 21, 2002

O Sonho de Judith (Judith Dreams)

Judith era uma franguinha muito esperta. Ela fazia altas zonas no galinheiro.
Mas ela era uma galinha diferente, ela queria estudar em Harvard.
- Mãe...cócó...não sou apenas mais uma franga, sou uma franga inteligente.
- Judith...cócócó...você não é um ser humano. Aceite o seu destino. Um dia você vai crescer e ficar botando ovo sem parar. Vai ter hemorróida e morará em uma gaiolinha com a metade de sua altura para engordar bastante.
- Que engordar nada, mãe! Quero ser uma galinha sarada, graduada em Harvard e tal...
- Minha filha, um dia sua bisavó foi parar num espeto giratório, sua avó também. Um dia eu irei para lá e você também irá.
- Não quero saber, mãe..cócó! Sou uma franga diferente. Vou freqüentar a escola.
Judith se matriculou numa escolinha de primeiro grau. Ela estava decidida a se tornar mais que uma simples galinha, mas uma galinha instruída. Estava disposta a passar sobre qualquer preconceito que, inevitavelmente, seria vítma.
- Daniel...
- Presente!
- Ítalo..
- Aqui
- Judith..
- Cócó...
Hahahahahaha....
- Crianças, parem de rir da Judith.
- Não tem problema, professora. Isso é apenas um reflexo involuntário instigado pelo córtex espelhado na probabilidade de uma pseudofunção mental do estímulo psicossomático de uma mentalidade inferior.
- Nossa, Judith! Onde você aprendeu isso?
- Simples, professora. Nas minhas horas vagas, ao invés de eu fazer como essas crianças débiomentais humanas de sair correndo atrás de uma esfera ou ficar me iludindo com uma boneca de plástico, eu leio freud e um compêndio de psiquiatria.
Passaram-se os anos, e Judith acabou o segundo grau. Conseguiu uma bolsa integral para Harvard e passagens de avião.
- Judith, minha filha...cócó...sentiremos saudades!
- Fica fria, mãe. Prometo que te mando email todo o dia.
Judith embarcou no avião e abanou com a asa para sua mãe que se esvaía em lágrimas pela despedida de sua filha.
Chegando nos EUA, ela se dirige para o campus da universidade. Procurou um restaurante para fazer o desjejum.
- Hei man...cócó...a cup of corn, please.
- Hei, Gonzáles...What do this fuck chiken do here, man?!?!
- Desculpa-me, señor...biene cá, galinhazita!!!
Scraft...schurrrft...cócóóóó.....
Judith realizou seu sonho, entrou em Harvard. Mas seguiu a tradição de família, acabou num espeto giratório.
Nas Entranhas do Lar

Fazia horas que a minha mãe me pedia para pendurar aquele quadro na parede:
-Pô, guri!...já te pedi umas mil vezes pra tu pendurar essa merda aí!
-Bah, mãe, foi mal. Eu me esqueço.
-Ahã....pra sair poraí correndo china tu tem memória, né, seu cretino.
-Tá mãe. Não enche o saco!
Peguei um prego e um martelo e comecei a furar a parede.
Páaaa
Páaaa
-Hummmmmmmm!
-Ahhh, guri! Martelou o dedo?
-Que dedo, mãe...não viaja! Tu que tá me sacaneando.
Páaaa
-Hummmmmmm!
-Ô guri, mas tu não sabe nem pregar um preguinho?!?!
-Sai fora, mãe. Me deixa em paz! Que barulho é esse? É tu?
Páaaa
Páaaa
-Hummm, aiiiiiiii....aaaaaaaaahhhhh!
Nisso um filete de sangue começa a escorrer do buraco do prego.
-Manhêêêêê!!!!!!!!!!! Vem cáaaaaaaa!
- O que tu qué, guri?
- Olha isso aqui!
- Que é isso?? Tu te cortou?!?!
- Cala a boca mãe...tá escorrendo da parede!!!
- Não fala besteira!
- Sério! Tô me cagando!!!!!!
- Me dá isso aqui!
Páaaa
Páaaa
- Hummmmmmmmmm........
- Aaaaaaaaahhhhhh...o que é isso? Tá vindo aí de dentro!!!
- Me dá aqui o martelo!
Páaaaa
Páaaaa
Páaaaa
- Guri! Olha o que tu tá fazendo com o reboco!
- Cala a boca, mãe. Me traz a marreta!
- Tu tá loco?
- Porra, mãe! Tu não tá vendo que tem alguém aqui atrás????
- Ai, guri. Não me assusta!
- Porra! Busca a merda da marreta logo.
Nessas alturas a parede já estava toda rachada e encharcada de sangue.
Bhouuuuum
Bhouuuuum
Bhouuuuum
O apartamento todo tremia com as minhas marretadas. Minha mãe histérica, estava gritando comigo com medo da parede toda cair.
- Porra, mãe! Tu tá preocupada com a merda da parede? Não te ligou que tem alguém aí dentro?!?! Pára de chorar!!!!
Bhouuuuum
Bhouuuuum
Consegui abrir um buraco. Dei uma espiada e ví um vulto.
- Mãeeee! Busca a faca! Tem um cara aqui!
- Desculpa me señor! Yo no tenho...
- Que é isso?!?!?!?!
- Mãeeeeee , a faca! Tem um argentino aqui!!
- Señor....perdon....no machuca me....
- Pega guri...!!!
- Ok....quen és tu? Mãe, fala com o cara!
- O que vou falar? Vou chamar a polícia!
- Espera, cacete! O cara tá mais cagado que eu! Qual tu nombre?
- Desculpaaa sssssseñor!!!!
- Espere! Quen és tu?
- Yo soy Ramirez. Te vou contar...no machuca me!!!!!
- Calma, sai daí. Se tentar alguma coisa eu te detono na marretada!!! Mãe, pega a faca. Qualquer coisa, fura o paraguaio!
- Não faz isso, eu tô com medo!
- Porra, mãe! Cala a boca!!! De onde tu veio? Como tu veio parar aí dentro? Tu é ladrão? Vou te quebrá!!!
- Yo soy de Puerto Rico.....yo queria vir para América....
- Que América o cassete!!!! Isso aqui é Brasil, porra!
- Brasill?!?! Acá ser Brasil?!?!?!?!
- É, uruguaio...onde tu pensa que tá?
- Espere senõr...te contarei! Yo estava em puerto del Porto Rico com mi primo Raul. Iríamos nos esconder num navio de uma empreitera americana para poder entrar na América. Acá é Brasil?!?!
- Cacete mesmo! Esse chileno perdido aqui! Mas como tu tá dentro da minha parede?!?!?!
- É porto-riquenho, guri!
- Não me interessa!!! Como tu tá aí dentro?!?!
- Nós dormimos no navio que ía pra América...no sei o que aconteceu!
- Colombiano filho da puta!
- É de Porto Rico, guri burro!
- Há quanto tempo tu tá aí?
- Yo no sei mucho bien. Creo que há dos años!
- O quê??? Dois anos dentro da minha parede??? O que tu faz aí??? Tá sozinho???
- Yo y mio primo hacemos video-cassetes...
Depois de muita trova e quase esganar o cara, descobri que na verdade, ele queria entrar escondido nos EUA. Ele e o primo, viajaram clandestinos num navio de uma empreiteira americana que fechou suas filiais no Brasil. De alguma forma o barco, ao invés de ir para os EUA, veio pra cá. E eles estão aqui há dois anos e três meses pensando que isso aqui é a Porra da América!
Eles só saem de noite, por isso não falam com ninguém. Falaram até hoje só com um paraguaio que tem uma fabriqueta de aparelhos falsificados que em troca da mão de obra, lhes dá comida. O paraguaio, muito filho da puta, sacaneou eles dizendo que estavam nos EUA e a imigração já sabia deles. Eles desceram no porto e vieram no caminhão da empreiteira direto pra cá, e se esconderam dentro das fundações do prédio. Acabaram terminando a obra e os dois morando aqui dentro.
Acabei ficando amigo do cara. Era gente boa. Humilde. Fizemos os curativos na mão dele, que eu tinha furado na hora de pregar o prego. Ele tá melhor, agora.
Encontramos o primo dele, o Raul. È meio desconfiado. Saímos com eles durante o dia pra pegar um sol. Faz tempo que eles não andavam na rua durante o dia. Conseguimos uma pensãozinha pros dois e largamos umas fichas de emprego, inventadas, em algumas agências. Os caras sabem muito de eletrônica. Também, fazendo vídeo cassetes manualmente.
As vezes é melhor ficar quieto

Ela era linda. De pernas compridas, sua cintura lembrava uma pêra, sua bunda firme como uma melancia, seus belos seios como melões, sua cútis remetia à imagem de um pêssego. Ela era praticamente uma salada de frutas de tão gostosa.
Ele investiu muito para conquistá-la. Pra falar a verdade, foi preciso 10 min. e dois copos de cerveja para irem à casa dele.
Linda e com movimentos delicados, ela se esparrama na cama como um lençol de seda.
Ele não estava acreditando que aquela linda mulher, com todos seus atributos horti-fruti-grangeiros, estava ali, à sua disposição.
A noite foi longa e inesquecível. Enquanto ela dormia, ele já pensava em noivado. Jamais conhecera uma mulher como aquela. Já imaginava filhos, netos, cachorros...
Mas tudo foi por água abaixo, mergulhou num abismo, queimou no fogo, melou, derreteu, quando ela acorda nos braços dele, o olha com um breve sorriso e diz:
- Como é bom fazer um "amorzinho gostoso"!
Ele não acredita no que ouve e pergunta?
- Como é? O que você disse?
- Falei como é bom fazer um "amorzinho gostoso".
Ele dá um sorriso amarelo e fica sério. Na sua cabeça vagava o pensamento: “Como uma mulher linda como essa pode dizer 'amorzinho gostoso'?! Não há nada mais broxante do que ouvir um tal de 'amorzinho gostoso'!"
Foi o primeiro erro dela. Mas ele pensou duas vezes e achou que estava sendo exigente demais. A pegou em seus braços e lhe deu um beijo de tirar o fôlego. Mas logo foi interrompido por uma frase:
- Isso, meu "dengo"!
- O quê?, ele disse.
- Meu "dengo"!
Nossa, mais broxante que "amorzinho gostoso", só "dengo"! Ele já estava se decepcionando. Resolveu esquecer as palavras que, realmente, quebraram totalmente o clima. A mulher mais gostosa que ele já se deitara, falando esse tipo de palavras que remetem o cara a um banho frio, murchando qualquer coisa.
Mas a gota d’água veio a seguir. Ela se debruça sobre seu peito e, lhe olhando nos fundos dos olhos, diz:
- Acho que estou apaixonada por você. Nunca senti isso por outra pessoa. Tenho vontade de ficar todo o tempo contigo...
Ele não estava acreditando naquelas palavras que surgiam da boca da mulher mais linda que ele já beijou. Era óbvio que o namoro era iminente e depois daquilo ele já iria almoçar na casa da mãe dela, quando ela fala:
- Sabe, depois desse "amorzinho gostozo", um "denguinho"...isso me deixa muito "serelépe"!
Ele não se segura e grita:
-NÃAAAOOOOOOOOOO! Isso é demais pra mim! DENGO, AMOR GOSTOSO, SERELÉPE...onde você aprendeu a falar essas palavras horríveis?!?!
A mandou embora e nunca mais se falaram.

agosto 09, 2002

VORTEI!
Oi gente! Voltei. Confesso que eu estava morrendo de vontade de escrever pra vcs.
Agora vou arrumar um tempinho pra escrever todo o dia, portanto...CONTINUEM ACESSANDO!!!

Como vão? Eu estou tranqüilito no más...trabalhando muito, estudando...aquela coisa de sempre.
Sexo? Hummm, vai bem...vou bem!

Outra coisa: sobre as fotos, deu um problema no álbum do terra que eu estava usando, mas já estou providenciando outro. De tarde ponho alguma coisinha aqui.
Um beijo, e até más!

agosto 06, 2002

BYROCAI BREVE VOLTARÁ!