DUELO DE TITÃS
Tudo parecia uma maravilha. Mar, sol, praia, areia, fossa entupida, falta de água, vizinho barulhento. Foi quando Josias sentiu uma imensa vontade de ir ao banheiro.
Mas o pequeno e constrangedor problema era que Josias, como a maioria de nós, não se sentia à vontade em banheiros estranhos, desconhecidos. Ainda mais quando se estava na casa da namorada, com a sogra, os cunhados, o sogro e, para completar, a porta do banheiro não trancava.
Ele agüentou o primeiro dia. Se distraiu, jogou futebol, ajudou o sogro a cortar a grama. O segundo dia também, embora sua mente era inundada pelo desejo de relaxar plenamente. Mas algo falava mais alto, muito mais alto. Ele não conseguiria. E se alguém entrasse no recinto naquela hora? Tinha que pensar em alguma solução.
A família nunca o deixava sozinho em casa. Foi quando surgiu a idéia de ir ao banheiro de madrugada. Josias botou o despertador para as 4h de manhã. Levantou pé por pé e invadiu, com toda a vontade de que era capaz, o banheiro a fim de dar um término na sua angústia.
Cinco minutos, e nada. O seu medo agora era o barulho. Os sons oriundos do seu íntimo seriam capazes de acordar a família de sua Frau? Josias fracassou. Não foi digno da sua própria vontade de se ver livre do peso colérico.
Acordou no quarto dia injuriado. Ele estava irado. A raiva contida, e as outras coisas contidas também, o deixaram tremendamente desconfortável perante a família de sua amada. Naquele dia, Josias não almoçou, não foi à praia e não jantou.
No quinto dia ele não agüentou mais. Precisava ir ao banheiro e era agora. Juntou toda a coragem, meditou, e como um gladiador, invadiu a arena sanitária e se pôs a postos para o duelo.
E que duelo. O produto havia passado quatro dias a mais dentro de seu intestino que não parava de absorver água. Por isso, nem reza braba ajudava. Enquanto Josias se apoiava na pia com o braço esquerdo, o direito segurava o suporte da toalha de rosto e os pés escoravam a porta para que nenhum intruso se entrometesse na disputa.Como uma marmota parindo um filhote de elefante, Josias gritou, e gritou desesperadamente com direito até a chamar sua mãe.
Ironicamente, após todos os esforços do nosso herói em não ter seu ato conscientizado pela família da moça, Josias foi levado ao posto médico pelo seu próprio sogro para tratar sua hemorróida, troféu de um guerreiro solitário.
por Lucas A.
Tudo parecia uma maravilha. Mar, sol, praia, areia, fossa entupida, falta de água, vizinho barulhento. Foi quando Josias sentiu uma imensa vontade de ir ao banheiro.
Mas o pequeno e constrangedor problema era que Josias, como a maioria de nós, não se sentia à vontade em banheiros estranhos, desconhecidos. Ainda mais quando se estava na casa da namorada, com a sogra, os cunhados, o sogro e, para completar, a porta do banheiro não trancava.
Ele agüentou o primeiro dia. Se distraiu, jogou futebol, ajudou o sogro a cortar a grama. O segundo dia também, embora sua mente era inundada pelo desejo de relaxar plenamente. Mas algo falava mais alto, muito mais alto. Ele não conseguiria. E se alguém entrasse no recinto naquela hora? Tinha que pensar em alguma solução.
A família nunca o deixava sozinho em casa. Foi quando surgiu a idéia de ir ao banheiro de madrugada. Josias botou o despertador para as 4h de manhã. Levantou pé por pé e invadiu, com toda a vontade de que era capaz, o banheiro a fim de dar um término na sua angústia.
Cinco minutos, e nada. O seu medo agora era o barulho. Os sons oriundos do seu íntimo seriam capazes de acordar a família de sua Frau? Josias fracassou. Não foi digno da sua própria vontade de se ver livre do peso colérico.
Acordou no quarto dia injuriado. Ele estava irado. A raiva contida, e as outras coisas contidas também, o deixaram tremendamente desconfortável perante a família de sua amada. Naquele dia, Josias não almoçou, não foi à praia e não jantou.
No quinto dia ele não agüentou mais. Precisava ir ao banheiro e era agora. Juntou toda a coragem, meditou, e como um gladiador, invadiu a arena sanitária e se pôs a postos para o duelo.
E que duelo. O produto havia passado quatro dias a mais dentro de seu intestino que não parava de absorver água. Por isso, nem reza braba ajudava. Enquanto Josias se apoiava na pia com o braço esquerdo, o direito segurava o suporte da toalha de rosto e os pés escoravam a porta para que nenhum intruso se entrometesse na disputa.Como uma marmota parindo um filhote de elefante, Josias gritou, e gritou desesperadamente com direito até a chamar sua mãe.
Ironicamente, após todos os esforços do nosso herói em não ter seu ato conscientizado pela família da moça, Josias foi levado ao posto médico pelo seu próprio sogro para tratar sua hemorróida, troféu de um guerreiro solitário.
por Lucas A.