Marquito Mariano era um jovem advogado formado pela faculdade Junesca da província de Ataídes, ao norte da Argentina. Ele, quando pequeno, estudou no internato Nossa Senhora de Lourdes, uma escola de padres onde ele aprendeu os ensinamentos da bíblia e desenvolveu um grande rigor na organização de suas tarefas.
Mas o que ele mais gostava, era quando a cada quinze dias, o motorista de seu pai, João Murillo, o vinha buscar para passar o fim de semana na casa de seus pais. Seu pai era um bem sucedido empresário. Tinha uma fábrica de refrigerantes conhecidos regionalmente pela incrível semelhança à uma marca multi nacional.
Assim que Marquito adentrava nas terras de seu pai, ele gritava:
- Papa, estoy aqui!!!!!
Seu coração estava repleto de felicidade, quando ele saltou da carroceria da caminhonete e pulou correndo na estrada de terra indo em direção à casa grande. Olhando fixamente para a casa, ele não presta a atenção no terreno irregular, e afunda seu pé esquerdo numa falha do chão. Marquito Mariano encontra com a boca a terra vermelha onde passavam os caminhões da indústria de seu pai.
João Murillo presenciou a cena e, estupefato, saltou do volante da caminhonete e foi socorrer o filho de seu chefe. Mas como João era um homem tosco, rude e imbecil, ele esqueceu de parar ao veículo que continuava em movimento até se chocar com uma vaca, a vaquinha Victória!
Marquito viu a vaquinha se escafeder-se no pára-brisa da pick up e soltou um grito do fundo do peito:
- Vaquita, noooooooooooooo!!!!!
Após o berro, Marquito desmaiou.
Ainda dolorido, Marquito acorda no quarto de sua mãe, a dona Matildes Cristina. Senhora gorda, judia e que tinha uma lojinha de bijouterias na cidade. Mariano olha em volta e vê um vulto estranho. Não reconhecia aquela pessoa vestida com um aventalzinho amarelo gema e de lenço branco na cabeça. Sua mãe entra no quarto e diz:
- Mio filhito, còmo estás? Yo estou muy preocupada!
- Estoy bien, mama....mas muy triste por causa de Victória!
- Esqueça, mio hijo! Logo más ele teria que deixar-nos. Venga, yo voi apresentar-te à Juanita.
Levantando da cama ainda grogue, Marquito se depara com a cafusa mais bela que já havia visto em toda sua vida. Juanita era filha de uma escrava cozinheira e de um índio guarani que pastoriava nos campos de Dom Rodrigues, pai de Mariano. Era uma bela mulher. Seios duros, empinados, sorrizo maroto. O aventalzinho sujo de terra. Disse à Dona Matildes, Juanita:
- Espere, madame. Yo ajudarei a levantar lo pequeno tico.
Levantando o tico, Marquito levanta da cama e sai correndo assombrado para o banheiro.
- Marquito, myo hijo!!!
Gritava sua mãe.
Mariano, dentro do banheiro, se sente estranho. Estava com medo. Não sabia o que estava acontecendo não sabia o por quê de seu tico levantado. Ele não sabia que eras apenas mais um a cair na maldição da mãe de Juanita.
Após se recompor, Marquito sai do banheiro de banho tomado, dentes escovados, cabelo lambido para o lado e vai em direção à sala de jantar da enorme casa de seu pai para encontrar seus familiares e tomar o desjejum. Apontando no corredor, ele escuta gritos agudos e batidas fortes na mesa. Ele se assusta. Chegando na sala, vê seu pai se contorcendo na cadeira principal de mesa de jantar dando “gritinhos” semelhantes a uma hiena com dor de barriga. Mariano pergunta à sua mãe:
- Mama, o que é isso com papi?
- Su padre tiene uma doença maldita. Se chama síndrome de Tourett. Ela se classifica por espasmos musculares involuntários que levam tu padrito a dar esses grititos e espancar la mesita sem ser sua vontad.
Marquito senta à mesa e tenta não olhar para seu pai. Aquele que um dia o levou no colo para cima e para baixo, andando a cavalo e tomando banho de rio. Marquito tenta engolir um pão caseiro com manteiga de avestruz, mas não consegue. Ele começa a chorar por causa do estado lastimável de seu pai e vai correndo para o seu quarto.
Aos soluços em cima da cama, Marquito ouve a porta de seu quarto abrir e escuta aquela suave voz chamando o seu nome:
- Marquito, por que choras?
Ele não reconhece a voz e vira-se para ver quem entrara em seu quarto. Era Juanita, a doce empregada que causava calafrios até nos cachorros. Diz Juanita:
- Yo conheço uma tecnica de relaxamiento que deixarar-te muy bueno!
Juanita se joga na cama, por cima de Marquito, e abocanha seu calcanhar, dando-lhe mordidinhas no tornozelo.
CONTINUA....
por BYROCAI.